2021 • 1 temporada • 45min • 14+
Sinopse: “Depois de receber o manto de Capitão América, Sam Wilson se junta a Bucky Barnes em uma aventura mundial que coloca suas habilidades à prova enquanto eles lutam contra o grupo conhecido como Apátridas”
NACIONALISMO
Em “Ultimato”, Steve Rogers entrega a Sam Wilson, o Falcão, seu escudo com as cores da bandeira norte-americana. Mesmo sendo o herdeiro legítimo do manto, Sam tem receio de aceitar o legado que parecia não lhe pertencer. O Capitão América foi construído como um símbolo de nacionalismo, o loiro de olhos azuis ideal americano.
PROPAGANDA POLÍTICA
Para perpetuar a imagem do herói, Sam é manipulado a entregar o escudo ao governo. O que não vem como surpresa é a chegada de um novo Capitão América ao poder, branco e loiro, como marionete política do Estado norte-americano para a união do povo. Fica ainda mais clara a dificuldade de um negro ocupar o antigo legado do herói.
RACISMO INSTITUCIONAL
Uma das primeiras formas de racismo apresentadas na série é aquela reproduzida pelas instituições do país. Sam leva sua irmã Sarah ao banco local, na esperança de usar sua fama para conseguir um empréstimo a ela. A cena prova que o racismo não conhece status ou importância social. Segundo o The Guardian, pequenos negócios de pessoas negras têm o dobro de chances de terem seus empréstimos negados.
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
A união de Sam e Bucky tem como um de seus pilares as suas experiências lidando com o estresse pós-traumático. A terapia compulsória de Bucky e a sua sessão conjunta com Sam revelam o peso de seus passados e reforçam a importância do acompanhamento psicológico e da terapia.
VIOLÊNCIA POLICIAL
Quando Sam e Bucky discutem na rua, a polícia chega à cena para checar se Bucky está bem e pedir para que Sam se acalme, ameçando-o. O viés racial do tratamento policial é um problema recorrente, e central na morte de João Pedro, George Floyd, Breonna Taylor, entre muitos outros.
BRUTALIDADE E APAGAMENTO
Sam conhece a história de Isaiah Bradley, o primeiro super-soldado negro. Enquanto seu colega branco se tornava herói da nação, ele passou 30 anos preso como cobaia, vítima do apagamento de histórias negras e das barbáries do sistema racista. Sua história não é mera ficção, já que, em Tuskegee, 400 homens negros com sífilis foram mantidos presos sem tratamento durante 40 anos para o estudo da “progressão natural” da doença.
CRISE DOS REFUGIADOS
Ao longo da série, Sam e Bucky lutam contra o grupo dos Apátridas, que defendem um mundo sem fronteiras semelhante à época do Blip. Apesar de empregarem a violência como meio de ação, a reivindicação do grupo é legítima e muito atual, ao clamar por igualdade e pelo assentamento permanente de refugiados.
REPRESENTATIVIDADE NEGRA
O grande vilão da série não são os Apátridas ou John Walker, mas sim a injustiça racial. Ao final, Sam opta por mudar o rumo da história e se tornar o próximo Capitão América. A simbologia de um herói negro assumir o manto é crucial para a representatividade de crianças e jovens negros, como a própria série apresenta.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
Tema: “A importância da representatividade no cinema e na televisão”
Na minissérie “Falcão e o Soldado Invernal”, o herói negro Sam Wilson pondera sobre a decisão de seguir o legado do Capitão América, símbolo do nacionalismo branco norte-americano. Ao longo da trama, o personagem assume o escudo e o manto do herói, em sua nova versão. Nesse sentido, é inegável a importância da representatividade nos âmbitos racial, sexual, e de gênero nas grandes telas para desconstruir a realidade opressora de grupos minoritários. Fica claro que a presença de heróis como o novo Capitão América fomentam a esperança de um mundo com mais justiça e acesso a postos de liderança.